A ALEGRIA DE VIVER!
Maio 19, 2017Como é bom ver todos felizes! Embora se saiba que felicidade verdadeira não existe na Terra, sentimos prazer imenso em contato com criaturas alegres.
São tantas as preocupações, dificuldades e aborrecimentos que se encontram no viver agitado e turbulento dos dias de agora, que umas horas de alegria – poucas que sejam – consolam e nos dão ânimo para retornarmos à luta constante que a vida de nós exige.
Quando se observa o viver atual, neste mundo de egoísmo e ingratidões, não se sentem mais ilusões, mas é dever nosso fazer esforços para não perdermos de todo o interesse por ele.
Sofre-se hoje, mas amanhã surge algo que consola e alenta o nosso espírito e nos faz bendizer a vida.
Não tendo mais ilusões, alimentamos, todavia, a esperança. E a esperança faz com que procuremos sempre melhorar, vencer qualquer dificuldade, fazer sarar um ferimento que, por vezes, nos fizeram sem motivo, mas que devemos procurar cicatrizar.
E comum dizer-se que uma criança ou adolescente é “cheio de vida”, quando é alegre, irrequieto e ativo. Precisamos, também, encher o nosso espírito de vida, para que o desânimo não venha enfraquecer a nossa vontade de viver.
Vivamos, pois! Vivamos agindo, produzindo, ocupando ao máximo o nosso tempo. Procuremos encontrar interesse em tudo o que fizermos, embelezemos os nossos pensamentos com coisas boas, artísticas, que façam vibrar o nosso espírito.
Há quem diga, quando algo lhe faz sofrer, que precisa atordoar-se. Não diremos propriamente atordoar, mas, esquecer. E só se esquece o que nos magoa, distraindo-nos, não deixando que aquilo que nos faz sofrer permaneça no nosso pensamento.
Atordoar, dá a impressão de estontear, e devemos manter o espírito equilibrado e lúcido, pois só assim nos tornaremos bastante fortes e capazes de furar as ondas agitadas e bravias que a vida sobre nós atira.
Atordoados, não nos manteremos em pé, firmes e resolutos, oscilaremos, podemos cair e nos afogarmos no mar tempestuoso da vida. O melhor, pois, é esquecer e procurar outros motivos mais alegres que ocupem o nosso pensamento e possam dar novo interesse à vida.
Quando sofrermos, lembremo-nos que outros sofrem muito mais do que nós. Quando alguma dificuldade surgir, tratemos de vencê-la, mas não cruzemos os braços, esperando que nos venham ajudar. Caminhemos ao encontro dessa barreira, com força de ânimo bastante para transpô-la.
Se o mundo é dos fortes, sejamos valentes e enfrentemos a vida, não com temeridade, mas com valor, esperando dela tudo de bom e de mau também. Sintamos satisfação em amenizar o sofrimento alheio dando ânimo aos que dele precisam e consolo aos que dele precisam e não sabem sofrer.
Quando vemos o nosso semelhante feliz, devemos também nos sentir felizes. A inveja não deve nunca ter guarida em nosso espírito, porque se não possuímos ou não somos o que os outros são, é porque não fizemos esforços para sê-lo, ou não o pudemos ser.
Para este mundo, cada um traz o seu plano de vida traçado, e por isso o nosso programa pode e deve diferir do de outros, visto não possuirmos a mesma espiritualidade e, portanto, as nossas dívidas espirituais serem diferentes.
Confesso, sinceramente, que me sinto feliz quando vejo, em volta de mim, sejam os meus entes queridos, sejam os meus amigos, os meus conhecidos e até estranhos, felizes e alegres, não por bondade, mas por um dever espiritual.
A ALEGRIA DE VIVER!
Por: Maria Cottas
Livro Páginas Soltas
Fonte: Biblioteca Digital do Racionalismo Cristão