O assassinato de Daniella Perez
Julho 27, 2022Assassinato de Daniella Perez
No dia 28 de dezembro de 1992 a protagonista da novela “Corpo e Alma”, Daniella Perez, exibida pela Rede Globo, fora brutalmente assassinada por seu colega de trabalho e então par romântico na ficção, Guilherme de Pádua. O rapaz contou com o auxílio de sua esposa, Paula Thomaz, na execução do crime.
Após as gravações da trama, por volta das 21h, os artistas, Daniella e Guilherme, saíram juntos dos estúdios, sendo abordados por fãs que lhes pediram foto. Logo depois, seguiram caminhos diferentes, Guilherme saiu na frente em seu carro, um Santana, acompanhado de sua esposa Paula, e, logo atrás vinha Daniella, em um Escort.
No meio do trajeto, repentinamente, Guilherme parou no acostamento da via, esperando avistar o carro de Daniella Perez, haja vista que, supostamente, teria um assunto para tratar com ela.
Após alguns minutos de espera, identificou o carro de Daniella, percebendo que ela estava parando em um posto de gasolina para abastecer. Nesse momento, Guilherme a trancou com seu carro, impossibilitando a atriz de sair com seu veículo, razão pela qual ambos desceram de seus automóveis.
Assim, reconhecendo que era seu colega de profissão, Daniella foi ao seu encontro para entender o que estava acontecendo, oportunidade na qual o ator se aproximou e desferiu um soco em seu rosto, que lhe causou um desmaio instantâneo.
Com a vítima desmaiada, Guilherme a deitou no banco de trás de seu carro e sua esposa, Paula, conduziu o veículo em direção a um matagal localizado na rua Cândido Portinari na Barra da Tijuca (RJ), ao passo que Guilherme a seguiu, rumo ao local combinado, dirigindo o carro de Daniella Perez.
Ao estacionarem os carros, o casal levou Daniella, ainda desmaiada, para dentro do matagal e lá desferiram contra a jovem perfurações no pescoço (quatro), no peito (oito), pulmões (seis), além de perfurações em outros locais não vitais.
Imagem de Daniela Morta Choca
Em um primeiro momento, se acreditava que a arma do crime teria sido uma tesoura, todavia a autopsia constatou que o instrumento utilizado seria um objeto semelhante a um punhal.
Caso o casal tivesse usado tesoura na execução do crime ficariam com ferimentos em suas mãos, dada posição que teriam que segurar, mas nenhum deles apresentou esse tipo de ferimento, razão pela qual a hipótese da arma do crime ter sido uma tesoura foi descartada.
Posteriormente à execução do crime, o casal parou em um posto de gasolina, pedindo que um dos frentistas lavasse bem o carro, com intuito de fazer desaparecer eventuais vestígios do ato criminoso.
Com o automóvel limpo, seguiram para casa. Ao chegarem, Paula decidiu descansar, pois estava grávida de quatro meses. Em contrapartida, Guilherme decidiu fazer uma caminhada por Copacabana, onde se acredita que ele tenha jogado a arma do crime no mar.
No dia seguinte, a notícia de que a atriz Daniella Perez havia sido brutalmente assassinada tomava conta de toda a imprensa, e, para despistar qualquer suspeita, Guilherme compareceu ao funeral da atriz e consolou sua mãe, Glória Perez, seu marido, o ator Raul Gazolla e demais amigos presentes.
Ocorre que, ainda nesse dia, o casal confessou à polícia a autoria do crime. Isso porque, na noite anterior, o advogado Hugo da Silveira, ao avistar dois carros parados em um local ermo na Barra da Tijuca, anotou a placa de um dos carros, “OM 1115”, e, ligou imediatamente para polícia, relatando a cena suspeita, razão pela qual dois policiais foram averiguar o que poderia estar acontecendo.
Ao chegarem, notaram que havia apenas um dos carros, o Escort de Daniella, abandonado, sem qualquer pessoa por perto. Desta feita, um dos policiais resolveu entrar no matagal, onde acabou tropeçando no corpo da atriz.
Em razão disso, no dia do velório, a polícia compareceu até os estúdios de gravação da novela, no intuito de achar algum carro Santana com a placa indicada. Entretanto, acharam um Santana de placa “LM 1115” de propriedade do ator Guilherme de Pádua, onde, no decorrer das investigações, fora descoberto que o ator alterou a placa do carro com fita isolante, ficando evidente a premeditação do crime.
O motivo do crime nunca fora descoberto ao certo, tendo em vista que primeiramente o ator afirmou que matou Daniella porque ela o assediava, mas essa versão foi prontamente desmentida por colegas que acompanhavam a rotina dos dois. Surgiu também teses do ciúme doentio que Paula tinha de Daniella com Guilherme, dado as cenas de amor que protagonizavam na novela, bem como de que o casal estava envolvido com magia negra.
Todavia, a tese que fora desenvolvida no julgamento foi a de que Guilherme estava irritado com o fato de seu personagem ter sido cortado de dois capítulos da novela e acreditava que Daniella poderia ter influenciado nessa decisão de sua mãe (escritora da novela).
Guilherme foi condenado a 19 anos de prisão e Paula a 18 anos e 6 meses.
Com informações canalcienciascriminais