Mulher faz cirurgia plástica e acaba com Peito necrosado e buraco na barriga
Julho 25, 2022A paciente que era mantida em cárcere privado no Hospital Santa Branca, no Rio de Janeiro, deu entrevista para o programa “Fantástico”, da TV Globo, no domingo (24). Daiana Cavalcanti falou sobre as complicações dos procedimentos que fez com o cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva, que está preso, e como ele dificultou a transferência dela para outra unidade hospitalar.
“Não podia andar no corredor, não podia fazer nada. Só ficar trancada no quarto que eu estava”, contou a vítima, que na última quinta-feira (21) conseguiu ser transferida para o Hospital Federal de Bonsucesso.
Em uma ligação de vídeo, Daiana contou que fez uma abdominoplastia, que é um procedimento para retirar o excesso de pele e gordura do abdômen, e colocou próteses de silicone nos seios com Bolívar Guerrero em março deste ano. No entanto, dias depois dos procedimentos, começou a sentir fortes dores e a apresentar infecções. Assim, voltou a ser internada no Hospital Santa Branca.
“Meu peito está todo necrosado. Eu estou com um buraco na barriga. Dois! Um debaixo do umbigo”, disse ela.
Mas o estado de saúde de Daiana foi piorando a cada dia e os parentes tentaram transferir a paciente, sem sucesso. Assim, decidiram procurar a polícia para denunciar que o cirurgião plástico estava impedindo a saída dela.
O caso foi apurado pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias (Deam-Caxias) e, no último dia 18, Bolívar Guerrero foi preso dentro do centro cirúrgico do hospital, acusado de manter Daiana em cárcere privado.
Os policiais cumpriram mandados de prisão preventiva, de busca e apreensão e de condução coercitiva no hospital. O médico vai responder pelos crimes de cárcere privado e associação criminosa. O caso agora corre em segredo de Justiça.
Já o Hospital Santa Branca destacou, em nota, que as acusações são “infundadas”. “Tal crime decorre do verbo encarcerar, que significa deter, ou prender alguém indevidamente e contra sua vontade. No crime de cárcere privado, a vítima quase não tem como se locomover, sua liberdade fica restrita a um pequeno espaço físico, como um quarto ou um banheiro”, destacou o texto.
“Com 43 anos de funcionamento, essa unidade desconhece tal prática dentro do seu estabelecimento, sempre buscando zelar pela saúde física e mental de seus pacientes, prezando pelo direito de ir e vir dos mesmos, amparado por um equipe multidisciplinar profissional, centros cirúrgicos e CTI com 20 leitos operando 24 horas por dia. Nossas salas cirúrgicas são locadas. Repudiamos quaisquer práticas criminosas que nos foram indevidamente atribuídas! Tal acusação é absurda!”, ressaltou o hospital.
Noticia publicada inicialmente em metroworldnews