Menino de 11 anos é resgatado com sinais de tortura ; pais são suspeitos

Menino de 11 anos é resgatado com sinais de tortura ; pais são suspeitos

Maio 4, 2022 Não Por love amem

Um menino de 11 anos foi encontrado por vizinhos em Itu (SP) com sinais de tortura e maus-tratos. A suspeita é de que ele sofre violência física e psicológica dos pais. O Conselho Tutelar recebeu a denúncia nesta segunda-feira (2) e foi até o local indicado para resgatar a criança. Em relato às pessoas que o encontraram, o garoto contou que apanhava há cinco anos e era enforcado por fio. Além disso, ele disse que já foi atingido por um facão e por água de bateria de carro, o que causou uma falha no cabelo.

Os pais da criança não foram encontrados depois que o garoto foi localizado. A criança ainda contou que o pai o obrigava a mentir sobre os ferimentos. O garoto fugiu de casa, pois não aguentava mais as agressões. Ele contou a um amigo, que revelou o caso no bairro.

Segundo o 4º Distrito Policial de Itu, o menino irá fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba (SP), nesta terça-feira (3), para avaliar os ferimentos. Ele ficou sob cuidados do Conselho Tutelar. A criança será ouvida oficialmente pela polícia com a presença de um conselheiro. Os pais são procurados para prestarem depoimento na delegacia. Um inquérito policial para a investigação do caso será instaurado.

Mãe foi presa em 2013 suspeita de matar filho mais novo

Segundo o boletim de ocorrência, na tarde do dia 14 de julho de 2013, a Guarda Civil Municipal foi acionada pelo Conselho Tutelar de Itu para auxiliar no atendimento de uma ocorrência no Mini Hospital da Vila Martins.

Uma criança com um ano havia dado entrada no hospital em óbito, e o irmão mais velho, que tinha dois anos, sendo o menino resgatado na última segunda-feira, apresentava hematomas pelo corpo. A criança de um ano havia sido levada pela mãe e uma vizinha ao local, tendo a mãe informado que ela tinha se afogado com leite. No BO é informado que foi providenciada a aspiração, porém, não foi encontrado nenhum tipo de alimento no organismo da criança.

Com isso, o bebê foi encaminhado para o Hospital São Camilo, que não realizou qualquer procedimento, pois a criança já estava em óbito. O corpo então retornou para o Mini Hospital da Vila Martins. O médico não soube determinar a causa da morte, solicitando então a realização de um exame de corpo de delito.

O irmão mais velho, que hoje tem 11 anos, apresentava hematomas em várias partes do corpo, um sinal de mordida nas costas, dois ferimentos nos tornozelos e uma suspeita de fratura no braço. Dadas as circunstâncias, foi solicitada a transferência dele para o Hospital São Camilo a fim de realizar radiografias.

A criança de um ano não possuía certidão de nascimento e, com quatro meses de vida, havia sofrido fraturas nas duas pernas. No boletim de ocorrência, há um registro dos familiares informando que as crianças choravam muito, e que havia a suspeita de que elas eram maltratadas, como também eram abandonadas sozinhas na casa.

Um mês de prisão

O pai, que na época tinha 23 anos, alegou no registro do boletim de ocorrência que, na mesma manhã, saiu para trabalhar por volta das 6h30 e deixou a companheira e os filhos dormindo. Por volta das 10h, segundo ele, a mãe das crianças enviou uma mensagem pelo celular informando que o filho não estava bem e que iria levá-lo ao hospital. Com 32 anos hoje, o pai chegou a dizer no BO que tinha conhecimento de que a mãe maltratava as crianças, porém, nunca denunciou com medo de perder os filhos.

Após o resultado dos exames necroscópicos, foi requerida a prisão preventiva da mãe e o caso foi arquivado pela 2ª Vara Criminal de Itu. O exame foi encaminhado à Promotoria de Justiça no dia 13 de agosto de 2013 após insistentes cobranças ao Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba (SP).

O exame necroscópico apontou que a morte da criança de um ano foi ocasionada por hipóxia aguda – insuficiência respiratória. Foi descartada a hipótese da morte por bronco-aspiração alimentar (após mamada), como indicado no histórico hospitalar do bebê.
A prisão em flagrante da mãe foi convertida em prisão preventiva. Segundo a Justiça, as investigações indicavam que ela teria praticado os crimes contra os filhos. No entanto, mesmo com a realização de todas as diligências requeridas, não foi possível comprovar como e se os crimes foram cometidos por ela. Deste modo, foi solicitada a revogação da prisão preventiva e o arquivamento do caso.
Portal G1

 

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