Idosa internada é encontrada com larvas de mosca na boca em hospital

A Polícia Civil de Santa Maria vai instaurar inquérito para investigar o caso de uma paciente de 64 anos com larvas depositadas por moscas no nariz e na boca. A idosa está internada no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) desde a última sexta-feira. A investigação será conduzida pela titular da Delegacia do Idoso, Débora Dias. Hoje, às 10h, a delegada irá ouvir a irmã da paciente, Rosane Lopes de Oliveira, 57 anos, para obter informações sobre o caso.

Na última segunda-feira, Rosane foi fazer uma visita, percebeu que havia larvas brancas, chamadas de miíase, saindo pelo nariz da paciente, que estava no pronto-atendimento do hospital, em uma sala isolada. Uma técnica de enfermagem foi chamada e fez aspiração das larvas. Em seguida, Rosane foi verificar a boca da irmã e percebeu mais larvas embaixo da língua. O vídeo da situação ganhou repercussão nas redes sociais.

– Eu fiquei desesperada, não acreditei no que estava vendo. Foi muito impactante, não sai da minha cabeça aquela imagem. Cuidei do meu pai e da minha mãe e nunca aconteceu isso – lamenta Rosane.

Ainda na segunda-feira, a paciente foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave com uma infecção generalizada. Desde o dia 16 deste mês, ela já havia passado pelo atendimento médico no Pronto-Atendimento dos bairros Tancredo Neves e do Patronato, de onde foi encaminhada ao Husm. No Hospital Universitário, a idosa precisou ser sedada e intubada.

– Estava tudo sujo. As fitas que usam para fixar o tubo na boca estavam pretos de sujeira, e a gaze que fica na boca estava cheia de secreção. Não dá para acreditar que aquilo aconteceu dentro de um hospital.

De acordo com Rosane, os profissionais do Husm afirmaram que a limpeza da boca de pacientes intubados é feita três vezes por dia. Ela registrou ocorrência do caso na Polícia Civil e encaminhou uma manifestação ao Ministério Público Federal. O caso vai ser investigado pela Delegacia do Idoso de Santa Maria. O hospital, de acordo com Rosane, não deu esclarecimentos oficiais à família sobre o caso.

O QUE DIZ O HUSM
De acordo com a assessoria de comunicação do Hospital Universitário, na manhã da última terça-feira, a Gerência de Atenção à Saúde convocou reunião com os profissionais responsáveis pela Divisão de Gestão do Cuidado, Chefia do Pronto-Socorro, e Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente. O grupo irá apurar as circunstâncias envolvendo o aparecimento de miíase na boca da paciente. De acordo com o hospital, o fato foi identificado na manhã de segunda-feira, pela equipe de Enfermagem, durante a primeira das três higienizações orais diárias realizadas nos pacientes intubados.

Os profissionais buscam apurar se o incidente pode ter ocorrido nas dependências do Pronto-Socorro do HUSM, onde a paciente deu entrada na sexta-feira, oriunda de outro serviço de saúde.

De acordo com o Setor de Higienização e Gestão de Resíduos do hospital, é realizada dedetização mensal nas unidades de internação, podendo ocorrer uma vez por semana se houver demanda das equipes assistenciais. Contudo, não há registro da presença de mosca no Pronto-Socorro, onde a maior parte das áreas de atendimento possui ar-central, nem na Central de UTIs, onde o ar é também centralizado.

Porém, devido à superlotação no Pronto-Socorro, com a abertura frequente de portas de acesso para passagem de macas (ocasionado pelo alto fluxo de atendimento diário), bem como a necessidade de promover a ventilação dos ambientes, não está descartada a possibilidade de insetos entrarem no hospital.

via diariosm