Os 3 segredos de Nossa Senhora de Fátima
Dezembro 6, 2018A aparição e os três segredos
No dia 13 de maio de 1917, por volta do meio-dia, os três jovens, Lúcia, Francisco e Jacinta reuniram-se para rezar o terço. Assim que terminaram as orações foram pastorear as ovelhas num local próximo da Cova da Iria, concelho de Aljustrel em Fátima. De repente viram um clarão sobre uma Azinheira e de imediato pensaram que fosse um relâmpago a anunciar chuva. Quando se preparavam para abandonar o local, para se protegerem da chuva, avistaram um segundo clarão, foi quando perceberam que não estavam perante a proximidade de um temporal, mas sim na presença de uma misteriosa luz. Olharam com mais atenção e viram uma mulher, que segundo as palavras de Lúcia que na altura tinha 10 anos, possuía uma aparência etérea:
“Era uma Senhora vestida de branco e mais brilhante que o Sol, espalhando luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente.”
Nossa Senhora: Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
Lúcia: Donde é Vossemecê?
Nossa senhora: Sou do Céu (e Nossa Senhora ergueu as mãos apontando o Céu).
Lúcia: – E que é que Vossemecê me quer?
Nossa Senhora: Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois dir-vos-ei quem sou e o que quero.
Os três segredos revelados por Nossa Senhora
As aparições de Nossa Senhora de Fátima repetiram-se por mais 5 vezes nos meses que se sucederam. Na segunda aparição, que ocorreu a 13 de junho de 1917, a Virgem revelou aos três pastores que Jesus queria estabelecer no mundo a devoção ao seu Imaculado Coração como forma de reparação dos pecados cometidos pelos homens.
Foi na aparição do dia 13 de Julho de 1917 que Nossa Senhora revelou três segredos aos pastorinhos.
Primeiro segredo – Visão do Inferno
Lúcia descreve a visão do Inferno com as seguintes palavras:”… mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados nesse fogo estavam os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que delas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios distinguiam-se pelas suas formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa boa Mãe do Céu que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu, se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor. Em seguida, levantámos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza:
– Vistes o Inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. “
Segundo segredo – O Imaculado Coração de Maria
Em todas as aparições nossa senhora pede sempre que rezem o terço para que não se perdessem as almas no inferno. Para obterem a salvação, Nossa Senhora pede aos homens a devoção ao seu Imaculado Coração como remédio para a cura de todos os males que assolam a humanidade. Nossa Senhora pede também a Consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração.
“ – A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida (os astrónomos registaram uma aurora boreal que iluminou os céus da Europa na noite de 25 para 26 de janeiro de 1938), sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo pelos seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.”
Terceiro segredo – O atentado ao Papa
Só ao fim de 83 anos este segredo se tornou do conhecimento público, quando a 13 de maio de 2000 o Secretário de Estado do Vaticano, Ângelo Sodano o partilhou com a humanidade.
“Então vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo na mão esquerda; ao cintilar, soltava chamas que pareciam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que Nossa Senhora soltava da mão direita ao seu encontro. O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte dizia: “Penitência, Penitência, Penitência!”
“E vimos numa luz imensa que é Deus algo semelhante a como se veem as pessoas num espelho quando lhe passam por diante, um Bispo vestido de branco, tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre. Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subiam uma pedregosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns atrás dos outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e várias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de várias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal na mão, onde recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus.”
No dia 15 de agosto de 1917, Nossa Senhora aparece aos 3 pastores e fala sobre as bênçãos de cura que Lúcia lhe pede, dizendo que a cura será só para alguns. Depois Nossa Senhora pede a Lúcia a oração e a penitência pelos pecadores:
– Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o Inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas.
A 13 de setembro de 1917 os 3 videntes viram, como de costume, o reflexo de uma luz e, a seguir, Nossa Senhora apareceu sobre a azinheira.
“- Continuem a rezar o terço para alcançarem o fim da guerra. Em outubro, virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o Mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda. Trazei-a só durante o dia.
Lúcia: Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas, a cura de alguns doentes, de um surdo-mudo.
Nossa Senhora: Sim, alguns curarei. Outros não. Em outubro farei o milagre para que todos acreditem.
A 13 de outubro de 1917 ocorreu a última aparição de Nossa Senhora, com a presença de cerca de setenta mil pessoas. Nossa Senhora pediu que erguessem naquele local uma capela em sua honra. Depois da aparição, todos os presentes testemunharam o milagre que a Virgem prometera às três crianças – O Milagre do Sol. O Sol, assemelhando-se a um disco de prata, podia ser fitado sem dificuldade e sem ferir os olhos. Girava sobre si mesmo desenhando uma espécie de ziguezague, parecendo ir despenhar-se no chão. De repente retomou o seu lugar no céu.
Segundo Lúcia, nesta última aparição viram algo mais que a Virgem Mãe de Jesus: “Assim que Nossa Senhora desapareceu na imensa distância do firmamento, viram, ao lado do sol, S. José com o Menino Jesus e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. Era a Sagrada Família. Lúcia descreve assim a visão da Sagrada família:
” – S. José com o Menino pareciam abençoar o Mundo com uns gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor acabrunhado de dor a caminho do Calvário e Nossa Senhora que me dava a ideia de ser Nossa Senhora das Dores.”
” – Nosso Senhor parecia abençoar o Mundo da mesma forma que S. José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora, em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo.”
Com isto, o ciclo das aparições em Fátima estava concluído.
Imagem de capa via altoastral :Ilustração: Elias Silveira
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