Como desfazer-se adequadamente de objetos abençoados que estão quebrados?
Novembro 2, 2018Ao longo do tempo, muitos objetos religiosos que foram abençoados por um sacerdote podem quebrar devido ao uso. Entretanto, todos os católicos devem ser reverentes ao desfazer-se deles de maneira adequada.
Nossa gente costuma pedir a bênção para alguns objetos: água, óleo, sal, terço, imagens, quadros, chaves de carro, de casa etc. Durante o período da modernidade, tal costume, firmado na cristandade, caiu em desuso, mas voltou com força total atualmente com a revalorização do sagrado, própria da pós-modernidade. Por toda parte, assistimos ao final da missa a bênção dos objetos, desde a bênção da tradicional água até a bênção de carteira de trabalho, de retratos e outros objetos. Alguns presbíteros, percebendo que esse é um atrativo que agrega o povo, passaram a incentivar tal rito e a dar corda aos costumes do povo, criando novas bênçãos, novos rituais, novos modelos de benzição.
Nada contra a bênção dos objetos, se entendemos o que é a bênção. Benzer a água, por exemplo, não é torná-la mais santa, aliás, coisa impossível. A água já é uma bênção sem par. Benzer um carro não é torná-lo santo ou com esse ritual colocar sobre ele o interdito dos acidentes. É reconhecer que aquele veículo deve ser usado só para fazer o bem. Benzer os alimentos não é santificar a comida, coisa já santificada certamente. É agradecer a Deus por ela, comprometendo-se a ter coração generoso para reparti-la, pois se é dom não o é só para alguns mas direito de todos.
O que preocupa nas bênçãos é a magia ou a superstição que envolve seus ritos. Muita gente atribui forças mágicas aos objetos abençoados, acreditando que eles espantam maus agouros, defendem do maligno, imunizam contra o diabo. Ora, nada nem ninguém imuniza contra o mal. Todos estamos sujeitos aos atropelos da vida, porque a vida é mesmo frágil e cheia de incidentes. Por exemplo, um carro que foi abençoado não está imunizado contra acidentes. Mas seu proprietário, que mandou benzê-lo, está comprometido à prudência e à direção cuidadosa. E assim se dá com todos os objetos. Uma casa abençoada não está livre de ladrões, mas seu morador está comprometido à vigilância cuidadosa de sua família, evitando expô-la ao mal. Então, para que benzer os objetos se não haverá uma força mágica neles? Benzemos os objetos não para que sirvam de amuletos, mas para lembrar nosso compromisso no uso deles: ser dom para o mundo.
Como desfazer-se adequadamente de objetos abençoados que estão quebrados?
Nós explicamos o que se deve fazer com as imagens, terços, crucifixos, ramos de palmeiras ou outros objetos abençoados que, de acordo com o número 1171 do Código de Direito Canônico, devem ser tratados “com reverência e não se votem ao uso profano ou a outro uso não próprio, ainda que estejam sob o domínio de particulares”.
Caso os objetos não possam ser reparados, a tradição assinala que devem ser queimados ou enterrados. Se um objeto for queimado, as cinzas também devem ser enterradas.
A tradição de devolver os objetos abençoados a terra, vem da ideia de que um objeto abençoado em nome de Deus deve voltar para Deus, da mesma maneira que uma pessoa é enterrada.
Em 1874, a Sagrada Congregação para os Ritos e o Santo Ofício emitiu determinações formais sobre quais são os métodos para eliminar adequadamente os objetos abençoados.
Qualquer pano de linho, vestuário ou panos do altar devem ser queimados e as cinzas enterradas. A água benta em excesso ou contaminada deve ser vertida diretamente no solo. Os ramos devem ser queimados e as cinzas são utilizadas na quarta-feira de cinzas. Do mesmo modo, um teço ou imagem devem ser enterrados.
Via ACI Digital
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